
Os preços do milho negociados na B3 registraram novas e boas altas na sessão desta terça-feira (2). Os futuros do cereal subiram de 0,6% a 2,4% nos principais contratos, levando o janeiro a R$ 76,00 e o julho a R$ 71,40 por saca.
O mercado futuro brasileiro sobe com o apoio tanto da demanda - em especial a demanda interna, pelo setor do etanol, principalmente - como pela preocupação com o clima. A safra de verão está em desenvolvimento, a colheita está próxima, porém, algumas adversidades já começam a tirar parte do potencial produtivo das lavouras, como explicam os especialistas.
"O cereal acompanhou a valorização do milho em Chicago e ganha suporte ainda das preocupações climáticas na América do Sul, especialmente no Brasil. O plantio da soja está atrasado e isso vai mexer na janela do milho safrinha. Alguns produtores já falam em migrar do milho para o sorgo e outras culturas na segunda safra 2026, com uma janela mais apertada", afirma a Agrinvest Commodities. "É provável que tenhamos redução na produtividade do milho diante de um aumento do risco agroclimático".
Há ainda um suporte importante dos preços do cereal no mercado interno brasileiro, os quais também estão valorizados. E os ganhos se deram mesmo com as baixas que o dólar exibiu frente ao real nesta terça-feira. A divisa terminou o dia com baixa de 0,52% e R$ 5,33.
BOLSA DE CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os preços também subiram, e foram intensificando seus ganhos entre as posições mais negociadas. Os futuros do cereal terminaram o dia com mais de 1%, levando o dezembro a US$ 4,38 e o maio a US$ 4,57 por bushel.
Segundo afirmam os analistas internacionais do portal Farm Futures, a demanda forte pelo milho norte-americano para exportação ainda atua como um combustÃvel forte para as cotações na CBOT. Sobem também os futuros do trigo em Chicago, o que também ajuda a puxar os preços do milho.
O mercado também já entra em um ritmo mais contido, com movimentações técnicas diante do perÃodo de festas de final de ano, perdendo um pouco mais de força, ao passo em que também vai se alinhando antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Ainda nesta terça-feira, os preços subiram de olho nos ganhos do trigo, que também vieram em função das especulações sobre as relações Rússia x Ucrânia.
"Putin apertou o tom. Disse que pode bloquear o acesso da Ucrânia ao mar e ampliar ataques contra instalações portuárias e embarcações. Isso veio depois dos drones que atingiram petroleiros ligados à frota russa. Ele ainda falou em agir contra navios de paÃses que apoiam Kiev. A Ucrânia nega parte dos ataques, mas a rota do Mar Negro volta ao radar", explicou o analista de mercado e diretor da Royal Rural.