Alta do dólar trouxe força para os preços do milho no Brasil nesta reta final de semana
Alta do dólar trouxe força para os preços do milho no Brasil nesta reta final de semana
Publicado em 10/10/2025 16:12 e atualizado em 10/10/2025 16:49
Ronaldo Fernandes - Analista de Mercado Royal Rural
Chicago segue pressionado e próximo das mínimas históricas
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Alta do dólar trouxe força para os preços do milho no Brasil nesta reta final de semana
A sexta-feira (10) chega ao final com os preços internacionais do milho futuro registrando movimentações negativas na Bolsa de Chicago (CBOT) e acumulando desvalorizações de até 1,7% ao longo da semana.
Segundo o analista da Royal Rural, Ronaldo Fernandes, o mercado internacional segue sob intensa pressão da grande safra que está sendo colhida nos Estados Unidos, o que aproxima as cotações do cereal as mínimas históricas já registradas na CBOT.
Na visão de Fernandes, esse cenário deve encadear um movimento de bolsa para compra de posições diante dos preços baixos, o que pode trazer alguma força para as cotações e valorizações dos vencimentos daqui para frente.
A análise da Agrinvest acrescentou ainda o papel do aumento das tensões entre Estados Unidos e China para derrubar as cotações de grãos em Chicago nesta sexta-feira, já Donald Trump acusou os chineses de impor controles de exportação a todos os elementos da produção relacionados a terras raras
“Diante da mudança de postura da China, Trump disse que será obrigado a contra-atacar financeiramente. Entre as medidas em estudo, destacou um aumento massivo de tarifas sobre produtos chineses. O risco de uma escalada tarifária reacende o temor de nova guerra comercial e pressiona imediatamente os grãos para baixo”, explicam os analistas da consultoria.
O vencimento dezembro/25 foi cotado a US$ 4,13 com desvalorização de 5,25 pontos, o março/26 valeu US$ 4,29 com baixa de 5 pontos, o maio/26 foi negociado por US$ 4,38 com perda de 4,75 pontos e o julho/26 teve valor de US$ 4,44 com queda de 4,25 pontos.
Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (9), de 1,26% para o dezembro/25, de 1,15% para o março/26, de 1,07% para o maio/26 e de 0,95% para o julho/26.
No acumulado semanal, as cotações do cereal norte-americano registraram desvalorizações de 1,43% para o dezembro/25, de 1,55% para o março/26, de 1,63% para o maio/26 e de 1,77% para o junho/26, com relação ao fechamento da última sexta-feira (3).
Mercado Interno
Já os preços futuros do milho na Bolsa Brasileira (B3) finalizaram o pregão desta sexta-feira contabilizando movimentações positivas e acumulando valorizações semanais de até 2,8%.
Para Ronaldo Fernandes, o mercado brasileiro vinha de um período travado, com produtores fora das comercializações e cotações entre lateralizadas e pequenas quedas, porém, a forte valorização do dólar ante ao real registrada nesta reta final de semana mudou o cenário e impulsionou os preços para cima.
O analista da Royal Rural acredita que esse movimento deva permanecer no mercado pelos próximos 30 dias, já que não há elementos para recuo da moeda norte-americana neste momento, mas deve se encerrar antes da virada do ano.
Isso porque, com o término do plantio da safra de soja 2025/26, os produtores devem se voltar novamente para a comercialização do milho, buscando abrir espaço para a nova safra que vem pela frente, o que irá pressionar o mercado interno.
Fernandes destaca que, neste momento, o mercado deverá ignorar estoques e demanda e focar apenas nesse aumento de oferta, empurrando os preços para baixo. Na virada de ano, uma nova pressão deve aparecer, já que a safra de milho verão, ao contrário dos últimos anos, está se desenvolvendo bem e deve ficar ao redor de 25 milhões de toneladas entrando no mercado nos primeiros meses de 2026.
No mercado físico brasileiro o preço da saca de milho teve poucas altas e poucas baixas registradas. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorização em Jataí/GO e Rio Verde/GO e percebeu valorizações somente em Itapetininga/SP e Porto de Santos/SP.
O vencimento novembro/25 foi cotado a R$ 67,88 com alta de 0,91%, o janeiro/26 valeu R$ 70,05 com elevação de 0,88%, o março/26 foi negociado por R$ 71,85 com queda de 0,14% e o maio/26 teve valor de R$ 70,85 com ganho de 0,11%.
No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram valorizações de 2,85% para o novembro/25, 2,34% para o janeiro/26, de 1,25% para o março/26 e de 1,85% para o maio/26, com relação ao fechamento da última sexta-feira (3).
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